SEÇÕES

laboratórios

por Ricardo Candeia


Neste todo embutido disfarce
Fica na face  a luz intensa que brilha
E trilha imensa do instintivo olhar
Que mira sem falhar por milhas

É o desvio que se acha sem procurar
Não há o alvejar com sonhos decorados
É uma exposição da parte concreta
E na abstração secreta se reza com dados

Na confusão entre a razão e o certo
O perito repleto de métodos se demite
E qualquer estudo vira palpite aleatório
Nos laboratórios céticos o amor resiste
(Nos laboratórios éticos o amor agride)

Se há alma gêmea ninguém pode provar
Não podemos acreditar num útero solitário
E sim na gêmea presença que suaviza
E tranquiliza os temores involuntários

E hoje eu escrevi sobre o amor
Desprezando o gráfico do declínio banal
Onde o fraco sinal inter(fere) os ouvidos
Largando sentidos em um gesto fatal