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[2 poemas]

por Stefano Calgaro


Pulo
faço a mazurca
coloco um nome na ribanceira com grilos
: rumor de trilhas:
da vez em que se perde e assim chegam os dois:
tremor parados,
olhos volteiam
– à vez que disse
abre-te sésamo ao bibelô das bocas com parabelos –
ou quase isso. Nós
os trava línguas.
Escrevo isso com a voz de outro homem em minha cabeça
lhe mando gracejos bafos quentes
gêiseres.

***

entusiasta partidária do desespero
futura gansa engasgando pela morte da sétima menina que não compreendeu seus sonhos
esgarçados no meio de lagos falsamente planos
sabe
que é preciso que algo colabore pra continuar remando
para
e se contorce com as gomas e gemas em interdição:
dois são os gatos que dizem não ter mais tempo para decifrar símbolos
mas produzir modulações com a pata em um folego contínuo sem avançar
(gatos não são narcisos)
se distorcem em quebras
conhecem a liberdade em calhas curiosamente secas
como único canal