meu nome: mariposa.
sou cousa nenhuma.
oca, ouso voar ao redor do fogo
suspensa pelo ar.
recém saída do casulo invólucro
negro e sutil
vivo presa ao ciclo – num halo fosco –
tosco da minha existência.
efêmera: a fera vida
corrompe em feridas
meus voôos. há setenta e oito dias
plano sem rumo ao redor da chama.
clama, clama, clama pela vida
partida em setenta e oito pedaços
distribuídos em horas como
os ossos do corpo.
mariposa, ousa voar além da fogueira, levanta breve poeira – por onde passa.