SEÇÕES

um poema

por Teresa Coelho


a todos os nomes que serão esquecidos

a experiência do silêncio
move meu nome para
o quarto dos esquecidos

caminhamos em espelhos quadrados
a porta só abre quando algum esquecido
finge que morre

enquanto se fantasia de caracol humano
aquele único ruído entre a pele e a vida
a desordem não grita

essa estranha forma de cruzar a esquina
e beijar todas as memórias entardecidas
na evocação do sublime

dedos e pedaços de sentimentos
as perguntas sem genialidade
nada que simule o labirinto

nenhuma fuga será o fim desse espiral
tudo será destruído
antes de ser lembrado